Cá na terra

A vida como ela é(?) cá na terra do sr Vegeta Da Silva ... ou como fazer um bolo igual ao da filha da Srª Dª Adelaide dos ovos.

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Localização: Freixo de Santa Comba de Espada à Cava, Portugal

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

As máscaras do Dia De São Entrudo





Com a aproximação do Dia De São Entrudo a azáfama da preparação dos disfarces de Carnaval está ao rubro. De tal modo estão todos atarefados, e também ocupados com a tarefa, que em certos casos até houveram mudanças de última hora.Como o sr Quintiliano da estalagem, que desistiu de ir como Zorro e ao invés vai colocar na cabeça duas antenas que o sr Manuel do táxi lhe emprestou e passa a estar mascarado de formiga obreira. É que segundo ele, não é fácil preparar o negócio para o fim de semana prolongado e ainda ter de andar a marcar Zês no peito das pessoas.E assim também fica mais dentro do papel, porque sempre está habituado a trabalhar como o tal bichinho e até tem a senhora dele que se comporta tal e qual como a cigarra da fábula. Sem dúvida merecedor do prémio da labuta, ou no mínimo de uma menção honrosa por parte do júri.
Já o prémio de originalidade tem dono garantido na pessoa do sr presidente da junta. É que não é todos os dias que alguém aparece de cão de loiça, ainda para mais a dar parecenças de pito bule assim como o sr Dr major do valentão. É verdadeiramente fantástico o sr presidente, apesar de haver quem diga que ele se poderia disfarçar de politico a sério, vá-se lá saber porquê.
O prémio de popularidade vai ter de ir sem dúvida para a máscara do Carlinhos Mané. Grande homem este, expoente e glória da nossa colectividade, e que para quem não sabe fique a saber, numa só época conseguiu marcar 32 , sim TRINTA E DOIS autogolos na própria baliza! Que venha lá o sr Rosnádinho caruncho fazer melhor. E o disfarce não poderia ser outro que de sr Marques do mentes, que toda a gente sabe que é o sr Primeiro ministro, pois as semelhanças entre os dois são imensas, senão vejamos- são os dois muito altos e espadaúdos; são ambos grandes desportistas nas suas respectivas especialidades; e conseguem ambos levar a reboque autenticas multidões em êxtase com o seu carisma. São tão parecidos que até nem parece máscara de Carnaval nem nada.
O sr professor Eustáquio tinha pensado em aparecer de Megaprofessor, o seu alter ego super heróico, mas isso poderia fazer com que a sua identidade quase secreta ficasse a ser do domínio publico, e também conhecida por todos, e como tal ele decidiu-se por ir de mona lisa. Uma fantástica produção mascaral, esta a do sr professor, pois todos sabem que com o cabelo que ele tem, todo espetado, e com uma personalidade tão própria que até tem cartão de eleitor e tudo, não seria fácil pôr a mona mesmo lisa. Vá lá que a vaquinha do sr Ernesto deu uma ajudinha com umas valentes lambidelas na brilhantina que o sr professor havia posto no cabelo e a coisa lá foi ao sítio. Para ele irá sem dúvida o prémio de “produção mais laboriosa”.
O prémio especial de “honor religioso” vai sem sombra de dúvida para o sr padre cura, que apesar de não se mascarar usa um capachinho e pinta o bigode o ano todo e afinal isso deve ter de contar para alguma coisa em altura de dar prémios a disfarces à base de adereços e maquilhações.
Mas a distinção de máscara do ano irá, por decisão unânime certamente, para o sr Alvito dos alguidares e a sua vestimenta de “morfes ou sandes de courato”.
É de uma tal e suprema brilhancia que é de ficar pasmado com a capacidade imaginativa, e com a imaginação também, de certas pessoas. Ora o sr Alvito decidiu-se por esta máscara quando um dia lhe falaram em Morfeus, que parece que é o deus do sono, logo certamente uma divindade muito popular entre a maioria das pessoas cá da terra. Mas como ele só tem a 4ª classe e tirada na turma da Srª Dª Vitalina da escola de adultos, quando foi ver qual era a explicação para o nome Morfeus não percebeu bem. Todavia isso não foi problema para alguém tão desenrascado como o sr Alvito, pois se não dá Morfeus então arranja-se algo parecido e daí a ter surgido a palavra “morfes” na caixinha de ideias quase luminosas da cachimónia do individuo não levou dois ou três dias. E como se mascara alguém de “morfes”? Simples, vai de sandes, que nada mais morfavel existe que uma bela de uma bucha. E não há bucha mais bucha que uma sandes de courato não é verdade? “Dito foi, de entremeada foste”, como se diz cá na terra.Quanto a mim vou como de costume, mais para participar na foliagem que para ser original e como tal o meu velhinho fato de grade de minis vai servir e muito bem. O único senão é que se o sr Eusébio do café se deixar ir na onda da brincadeira entrudal ainda sou capaz de acabar na arca frigorifica …

terça-feira, fevereiro 13, 2007

"O desfile de Carnaval cá da terra" ou "A final do torneio de bisca"

A tradição aqui entre nós é sempre respeitada, e o desfile de Carnaval é por cá mais badalado que o de Ovar ou mesmo de Olé, que como todos sabem é em Badajoz.
Este ano o sr presidente da junta lá conseguiu uma verba para o carro alegórico, que irá ser feito com base na junta de bois do sr Quintério dos cigarros de contrabando, e terá como tema central, e aos lados também, as novas tecnologias.
Devo dizer que isto das novas tecnologias é algo que não somos muito conhecedores cá na terra, pois nem todos têm televisão a cores ou telefone sem fio. Mas o sr professor Eustáquio, como é já habitual nele, sempre que envolve máquinas modernas aparece sempre para dar uma mãozinha e esclarecer cá o pessoal. Só é pena que depois de meia dúzia de minis já ninguém consiga entender o que o homem diz, mas devem ser os processos mentais dele que são muito avançados para nós gente simples, e o que interessa é que no fim vai tudo bater certo.
E o sr presidente da colectividade até avançou com a ideia de convidar uma personagem do "getessete", assim para dar ainda mais projecção ao nosso desfile e fazer com a Srª Dª Manuela do moura viesse desta vez mesmo cá filmar. A escolha natural teria de cair em alguém que fosse um reconhecido folião, que dissesse muitas patachadas e e que toda a gente conhecesse. O sr Adalberto do joão foi logo quem nos veio à cabeça, pois para além de ser tudo o que já descrevi, ainda podia com um bocadinho de sorte trazer uns restos de fogo de artificio e montar um espectáculo de foguetes cá na terra. Infelizmente não vai poder ser porque ele já estava comprometido com outros Carnavais e como tal não se pode deslocar aqui para o nosso. A seguir pensou-se no senhor Luís do figo, por ser personagem nacional tão ilustre, mas o sr presidente da colectividade diz que ele agora está mais virado para os temas de mil e uma noites, logo as novas tecnologias cá da terra não o iriam seduzir.
O sr Jorge do nuno também foi abordado por nós, mas quando ouviu dizer que ia-mos ter apitos dourados para ajudar à festa, declinou o nosso convite. Ficámos sem perceber foi o porquê de ter perguntado por uma tal de Srª Dª Carolina.
Na nossa lista constava também o sr Júlio do isidro, mas não pode cá vir por ter um concurso de mini aviões. É estranho isso dos mini aviões, mas deve ser alguma daquelas excentricidades de gente rica que ao invés de irem no avião é o avião que vai com eles. Pensámos também em alguém de fora, do estrangeiro, como o sr Roberto do leal, que tinha a vantagem de vir do país do Carnaval, mas ele disse que tinha os fatos brancos todos na limpeza a seco e que como tal ia ter de ficar por casa não o fossem confundir com algum Português se viesse à rua vestido de outra maneira.
A salvação da escolha para rei do desfile veio na pessoa do sr Manel Luís da graxa, ali da sapataria da Vila aqui ao lado, que além de ter um nome muito parecido ao do sr que é estrela do canal da televisão, também lhe dá ares de parecença, assim tipo aqueles dois irmãos gémeos do filme do sr Arnaldo.
Quase apetece dizer "caso resolvido!", assim ao estilo das novelas de detectives, à excepção que aqui ninguém morreu e que já cá temos o sr sargento da guarda para isso.
Depois do desfile cá virei contar os desenvolvimentos, as máscaras e as peripécias, mas neste momento tenho a final do torneio de bisca da 1ª Divisão Distrital para jogar e tenho de estar concentrado para ganhar ao sr Simão do templo, a que alguns chamam também de "santo", vá-se lá saber porquê.

sábado, fevereiro 10, 2007

"O dia dos namorados" ou "Acudam ao sr Raimundo das loiças!"

O dia de São Valentim está à porta, e embora nos custe cá na terra a perceber o porquê de associarem o sr Dr Major aos namorados, aprovamos plenamente a atribuição de um dia a tão ilustre e justa personagem.
Por cá os festejos vão ser à base de um bailarico animado pelo sr Joaquim dos barreiros, com uma troca de presentes à luz da vela, que é para ser tão romantico quanto pede a ocasião.
Quem está com um grave problema é o sr Raimundo das loiças, pois como é do conhecimento geral não pode dar a sua prenda à esposa em virtude de esta se encontrar em parte incerta com o filho do sr Boronio das roscas de canela.
Mas o sr presidente da junta já avançou com uma proposta, bem ao jeito de político de alto gabarito, como é aliás seu apanágio. Segundo ele, o sr Raimundo vai dar a prenda de São Valentim a um "Fax Similo", ou como se diz, que, explicou ele, é uma espécie de esposa do homem mas a fazer de conta.
A dificuldade até agora foi encontrar alguma senhora que quizesse fazer de fax, o que não deve ser fácil, pois sempre que alguém fizer um telefonema ela vai ter de começar a fazer aqueles barulhos parecidos a uma máquina de café com dores de dentes. Mas o sr professor Eustáquio propôs a utilização do seu último invento, "A Aparentemente Dona De Casa", que consiste à base de uma boneca de encher que ele comprou em Benidorme quando lá foi à convenção de inventores de descascadores de cebola roxa, um vestido às flores, mas sem abelhas ou outra bichada que provoque alergia, dois clips e um elástico. O curioso deste invento é a tal boneca de encher que ao que parece serve para manter o vestido no lugar. Impressionante este homem!
O único senão a ser ainda resolvido é o da instalção da linha telefónica para o dito "fax similo", mas o Carlinhos do TIR diz que vai pedir a um técnico pirata da vila aqui ao lado para dar um jeitinho, que depois se lhe manda umas minis e uns pastéis de massa tenra para agradecimento.
Só que o coitado do sr Raimundo está assim um bocado para o nervoso, afinal não é todos os dias que se vai ter uma namorada nova, mesmo que seja para fazer as vezes da nossa esposa em ausência por força maior... e dizem que o filho do sr Boronio das roscas de canela tem mesmo o motivo em força e muito maior.
Cá por mim acalma-se o homem pedindo ao sr Joaquim dos barreiros que toque uma balada assim tipo "O bacalhau quer temperos", e deixa-se a natureza seguir o seu curso natural. Se funciona com os furões porque não havera de servir para o sr Boronio, por Homessa?!

domingo, fevereiro 04, 2007

"Abifa-te, avinha-te e abafa-te" ou "Santinho"

Já chegou cá à terra a fruta da época invernal, entenda-se as constipações. Começou por dar no sr Venceslau do papagaio, que teve de ficar de cama. O problema foi que a senhora dele não foi na conversa de ele trazer a constipação para o leito do casal, que afinal ela é uma mulher séria e não vai nessas estórias de modernices a três, e pô-lo a dormir com o papagaio. Quem ficou mal nisto tudo acabou por ser o pobre do bicho, que também se constipou e foi espirrando as penas até à calvice total, coitadito.
Mas terrivel, mesmo calamitoso, e desastroso também, foi o sr Eusébio do café também ter ido parar à cama, e não poder abrir o estabelecimento. É que sem sr Eusébio o café não abre, e se o café não abre não há minis, nem reuniões da colectividade, nem torneios de bisca e dominó. E depois aparecem os sintomas de privação. Dizem que o sr presidente da colectividade tremia que nem uma vara verde, apesar de estar meio acinzentado, devido ao facto de não poder reunir com o "setafe" da colectividade. E o que dizer do Carlinhos do TIR, que não pode sair com o camião por falta de combustivel?! Isto de não haver minis é muito tramado é!
Cá por casa a minha senhora seguiu os concelhos da sua tia avó Nicermina das trouxas, e tratou logo de se precaver com os três ÀS. E o que são os três Às? Muito simples, são garrafas de óleo de girassol que se compram na venda da Srª Dª Fernanda. Mas para este caso não servia e teve mesmo de ser a tradicional mézinha de "avinha-te, abifa-te e abafa-te", coisa que eu segui à letra, diga-se. "Avinha-te", disse a minha Maria, e eu avinhei-me. Fui à adega e trouxe um garrafão de 5 litros de vinho novo e vi o compacto da menina Floribela com um novo olhar. "Abafa-te Silva!"; E eu abafei-me, mas como não tinha nenhum cobertor à mão, assobiei para o Mondego, o cão pastor do sr Silvério das ovelhas, que calhou vir a passar e deixei que o animal se "avinhasse" ao meu lado. Depois foi só dormir a soneca junto com o casaco de peles que ele insiste em trazer todos os dias. "Abifa-te homem de Deus!"; E que era suposto eu fazer? Lá tive de me desabafar, embora me deixásse estar avinhado, que penso também que não teria outra opção, e fui até ao frigorifico buscar um bife. Agora o meu dilema foi, com carne do lombo, acém, vazia, pojadouro e sei lá eu mais o quê, que raio de bife é que era o indicado para esta situação? Fartei-me de escarafunchar os miolos mas fiquei na mesma e decidi que o melhor era levar dois de cada. Sim, dois de cada, que o pobre do Mondego também é criatura de Deus e tem todo o direito a "abifar-se" comigo a ver a menina Floribela, ora essa.
"Olha lá ó Silva, e resultou?"; com toda a franqueza nem sei, mas digo-vos uma coisa, esta receita só podia vir mesmo da familia da minha sogra, porque fiquei com uma dor de cabeça do tamanho do boi sr Vitorino por causa do "avinha-te", uma carrada de pulgas por causa do "abafa-te", e tenho os cachorros cá da terra todos à perna por causa do "abifa-te", raios parta a danada da senhora... "Atchim!"... Santinho, Mondego...

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