Cá na terra

A vida como ela é(?) cá na terra do sr Vegeta Da Silva ... ou como fazer um bolo igual ao da filha da Srª Dª Adelaide dos ovos.

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Localização: Freixo de Santa Comba de Espada à Cava, Portugal

sexta-feira, maio 25, 2007

"Esta é a vida que a guarda tem"

Cá na terra somos todos esforçados, mas o sr sargento e o sr cabo da guarda devem estar no topo da tabela de esforço. É que isto de manter a lei e a ordem não é fácil e nem para qualquer um.
Ora vejam lá que ainda no outro dia entrei no posto para cumprimentar o sr sargento e deixar uma lembrança, e me deparei com uma cena digna de um qualquer noticioso de última hora.
Em resposta a um apelo do governo para que a criminalidade baixasse e para que as forças da lei e da grei fossem mais interventivas, o sr sargento em conjunto com o sr cabo tinham apreendido um meliante em pleno acto de meliar, que é como quem diz, com a boca na botija, embora deva saber muito mal que aquilo são feitas de ferro enferrujado. A não ser que sejam aquelas que vêm com as moças com as calças curtas, que aí já se pode meter a boca à botija porque ainda não enferrujou. Enfim, pormenores de meliação que não são para aqui chamados.
O que interessa é que o individuo estava a passar cá na terra com uma gravação de "éme-para-três", ou lá como se diz, de musica pirata. O sr cabo, soldado diligente, e aplicado também, deitou-lhe a proverbial luva da justiça, embora que ande sempre de mãos nuas, e levou-o para o chilindró, que é prisão em chinês. Esta é uma prisão Ai-téque, cheia de amenidades para os reclusos como por exemplo o entertenimento, que é do mais entertinamentador que há. Consiste à base de uma janela virada para a rotunda das brasileiras, que é mundialmente famosa e também conhecida em Badajoz, pelo movimento que gera. Têm também uma sala de jogos, em que os guardas se juntam aos prisioneiros em jogos didáticos como o "Apanha a bala", "Desvia da bota", ou o mui popular "Caí das escadas". E finalmente o ponto alto da inovação protagonizada pela guarda cá da terra, o "interrogatório proactivo", baseado em técnicas cientificas muito antigas e que se baseiam em pedir com calma, serenidade e educação a que o recluso tome consciência do mal que praticou e confesse.
Eu próprio testemunhei um desses interrogatórios, ao meliante pirata por sinal, pois tinha lá ido ao posto para deixar umas minis, que fazia calor naquele dia.
Ao fundo do escritório, mesmo junto à janela que dá para a igreja matriz, estavam o sr sargento, o sr cabo e o dito malfeitor, estando o sr cabo a suplicar que este confessasse o seu crime. Foi espantoso como ao lhe oferecerem uma mini e com a emoção o rapaz confessou. Foi pena foi a garrafa ter escorregado da mão do sargento e lhe ter dado mesmo em cheio na cabeça, mas o que vale é a intenção não é verdade?!
Diz-se à boca pequena cá na terra que uns senhores da América estiveram a aprender estas técnicas inovadoras com os nossos guardas. Se bem me lembro eram de uma terra lá na América chamada Guantamo ou assim. Espero que por lá também estejam a confessr os crimes de livre vontade, que Deus e Nossa Senhora Dos Milagres À Quinta-Feira acolhem os arrependidos de braços abertos.
Mas nem tudo são rosas na vida da guarda. Não senhores. A nossa guarda pode ter de estar até quarenta e cinco minutos sem minis! E ao sol, vejam lá. Sim senhores, leram bem, quarenta e cinco, que acho eu que na lei diz que é o limite máximo de intervalo entre minis que um homem adulto pode aguentar sem danos irreversíveis à sua saúde, como por exemplo tremores, suores frios, visão afunilada, pé de atleta e comichão nas orelhas.
Pois é meus caros, a vida da guarda é dura, mas lá tem os seus pequenos momentos de gratificação. E além disso podem usar botas de cano alto no verão que ninguém diz nada. Ora toma!