Cá na terra

A vida como ela é(?) cá na terra do sr Vegeta Da Silva ... ou como fazer um bolo igual ao da filha da Srª Dª Adelaide dos ovos.

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Localização: Freixo de Santa Comba de Espada à Cava, Portugal

quarta-feira, julho 15, 2009

"A visita ao zoo"
ou
"Um livro com trezentas páginas"


Tinha de acontecer! Finalmente e após anos de espera paulatina, que devem ser duas moças irmãs ou assim, o fundo de viagens da junta cá da terra facturara um montante suficientemente alto para permitir que uma delegação embaixatória se deslocasse ao famoso Zoo de Lisboa. Ora havia na altura uma dúvida no que respeitava à localização de dito sítio, sendo que Lisboa é muito grande, com teorias que defendiam que nem Espanha e Badajoz juntos davam para a cobrir, ou tapar, ou enterrar ou seja lá o que for.
Então o que se passava é que uns defendiam que era no Terreiro do Paço, outros que era no Parque Eduardo VII, outra opinião que era em São bento e finalmente uma pequena parcela que alegava que ficava em Sete Rios.
Todos sabem que no Terreiro do Paço abundam camelos e asnos devido ao tráfego automotivo, mas são precisos muitos mais bichos para fazer um Zoo.
No parque Eduardo VII ninguém sabia bem que tipo de bicharada para lá havia, mas ao vermos como o sr cabo da guarda ficou aflito quando tal foi mencionado, bicheza de boa índole não poderá ser.
São Bento era quase do consenso geral, pois tem raposas, lobos, camelos, burros, asnos, mulas e comunistas e fascistas e os que lá andam pelo meio a fazer não sei bem quê. Mas não tinha golfinhos, nem focas, nem pinguins... bom, talvez no restaurante seja capaz de ter os pinguins, mas no geral ainda não estava completo.
Logo e por eliminação de partes ficava apenas Sete Rios, lugar improvavel pois com tanto rio ainda se afogavam os bichinhos todos, mas de qualquer modo ficou decidido que rumariamos a tal local e averiguariamos com os nossos próprios olhos, e uma ou duas máquinas fotográficas, uns quantos farneis, casacos de abafo pelo sim pelo não, e a grafonola do sr Graciano dos leitões.
A equipa foi convocada pelo treinador, ou melhor, embaixador, o sr presidente da junta. Consistia então no sr Eusébio do bar, porta minis oficial cá da terra; o sr Dionisio do banco, que pediu o favor de entrar na comitiva por vias de estar à perna com uma comissão de inquérito; o sr Amadeu das empreitadas, que ia para ver como era o Zoo a fim de se fazer um futuramente cá na terra, mas à base de porcos e galinhas; O sr Raimundo das loiças em virtude de ter patrocinado a viagem com uma caixa de pratos e duas dúzias de copos de minis; o sr sargento da guarda, como escolta oficial; o sr professor Eustáquio, à cabeça, e corpo, da ala cultural; o sr padre cura, representante das mais altas instâncias e finalmente aqui o silva, indispensável cronista oficial.
A furgoneta da junta ia à cunha, e zarpámos para a aventura em terras de além Tejo, ou seja, na terra dos outros. O raio da breca é que devíamos ter pedido ao Carlinhos do TIR para nos ensinar o caminho, pois assim não nos perdíamos logo à saída da vara da srª Dª Amália dos porcos acabando por ficar sem gasóleo no Monte dos Tesos e tendo de regressar a pé para a nossa terra. A pé para uns, que o sr padre cura bem que foi às costas aqui do silva, que se não foram as minis de quinze em quinze minutos bem que havera desfalecido para ali no meio de nenhures que nem a Santa dos Milagres à quinta Feira me valia.
Apesar de tudo quase que chegámos lá, sendo que "quase" é suficientemente abrangente para ficarmos todos bem na fotografia que tirámos em frente ao bar do sr Eusébio. Mas se lá tivessemos mesmo estado, acho, que tinha dado para um livro de trezentas páginas, por Homessa!